quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O demônio no sapato


Pela manhã o odor de entre os dedos fluia como aroma de flor sem espinhos envolvendo o momento em um clima temeroso os sons estampidos nos ouvidos da madrugada acordava a Natureza a sua volta.

Os olhares ecoavam brilhantes por entre os raios de Sol, amanhecendo sobre os lençóis de nuvens carregadas de gotas de chuva.

O demônio no sapato fazia festa para esse momento mágico de esplendor e sofrimento das duas almas adormecidas.

Fazia frio... um frio intenso de arrepiar os corpos destapados pelo vento da noite que acabava de despedir-se do dia...

A rotina diurna fez com que o demônio no sapato dissolvesse os fragmentos de luz eterna assombrando nossos corações.

Foi deste momento em diante que a vida começou a mudar diante de nossos olhos...

Nossos sentidos acoplaram-se em um só centro.
Nossas almas perderam a noção do tempo e nosso mundo foi se ampliando em nossas mentes.

As feridas que tinham ficado para trás demonstraram-se cada vez mais.
Nossa cura está em acreditarmos que ainda podemos lutar.
Nossa força a cada instante é alterada e nossos sentidos reforçam-se em um único objetivo o de poder sobreviver nesta Terra.
O amor tão esperado aconteceu nossos corpos ardiam em chamas com o fogo que tomou conta de nós.

Na loucura dos corpos entrelaçados de prazer num vai e vem rotineiro de paixão e ternura.

Solta o grito trancado na garganta que vem à tona liberando nossas energias ao vento.

Fuma-se um... cigarro para satisfazer outros prazeres que nos são negados na vida...

Para preencher o espaço das feridas.
Então ouve-se o canto e o encanto de um pássaro.

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