terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Oração da serenidade

Concedei-me, Senhor, a  SERENIDADE necessária para aceitar como são as coisas que não posso modificar; CORAGEM para modificar aquelas que posso e SABEDORIA para distinguir umas das outras.  
Vivendo um dia de cada vez, desfrutando um momento de cada vez; aceitando que as dificuldades constituem o caminho da paz.  
Aceitando, como ELE aceitou este mundo tal como é, e não como ELE queria que fosse, confiando que ELE acertará tudo contando que eu me entregue a sua vontade para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e supremamente feliz com ELE, eternamente na próxima.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Uma aventura em Florianópolis

Em 1983 já estava morando em Porto Alegre, depois de uma temporada de três anos em Osório cidade do litoral gaúcho, onde fiz muitas amizades. 

Certo dia combinei com meus amigos para fazermos uma viagem de moto até a capital catarinense, Florianópolis.  Para mim seria uma aventura e tanto sair de Porto Alegre e encontrar meus amigos em Osório e de lá partirmos em comboio até Floripa.  Saí todo entusiasmado para grande aventura.

 Chegando em Osório, uma surpresa, meus amigos haviam desistido da viagem, não lembro dos motivos,  mas mesmo assim não desanimei.  Parti solitário em rumo a Santa. Minha moto não era grande coisa, uma Yamaha l25 RT.  A cada cem quilômetros percorridos tinha que parar para dar uma folga para o pequeno motorzinho e recuperar meu folego.  Cheguei em Floripa às 3 horas da manhã.  Achei um hotelzinho barato e lá dormi. 

De manhã parti para uma praia chamada Jurerê.  Deixei a moto embaixo de uma árvore, com a minha mochila e o capacete amarrado. Dei um mergulho e voltei para o Rio Grande do Sul. 

Cansado e sem dinheiro, com pouca gasolina, consegui chegar em Torres, onde tentei vender meu capacete reserva para a Polícia Federal, logicamente os policiais não quiseram comprar, mas me indicaram um lugar onde talvez eu pudesse vender.  Chegando lá era um posto de gasolina, onde tinha uma lancheria e uma borracharia, onde consegui vender o capacete. 

 Bom já tinha conseguido dinheiro para pelo menos encher o tanque da moto e comer alguma coisa.Entrei na lancheria, bem faceiro, estava lotada.  O pessoal estava na hora do almoço, comendo aqueles pratões de comida com arroz, feijão, carne de panela, à la minuta.
Vasculhei meus bolsos e havia algumas moedas que dava para comprar pelo menos um ovo em conserva.
  
Sentei no último banco da lancheria e chamei o atendente.  Ele veio e perguntou o que eu gostaria de comer e eu falei para ele num tom de voz bem baixinho, para as pessoas não ouvirem.

 -  Eu gostaria de um ovo em conserva.

O cara gritou para o outro atendente:

 - Trás um ovo pro cara aqui dá ponta!
  
Todo o pessoal que estava almoçando olhou para o lado para ver quem era o pobre coitado que ia comer um ovo em conserva. Fingi que não era comigo.

Enfim, comi o tal ovo e abri meus dedos, saí fincado rumo a Capão Novo.  Lá por perto de Arroio do Sal caiu o maior temporal, em consequência fiquei todo molhado.  Nesse meio tempo senti uma enorme vontade de ir ao banheiro para fazer o número 1, então pensei: não vou parar esta merda para mijar, e fiz nas calças mesmo.  Chegando na casa de minha irmã, fui bem recebido, mas o cheiro de urina estava insuportável. 

 Esta foi uma grande aventura.  Sofrida, mas divertida para contar agora.