sábado, 21 de fevereiro de 2009

Cidade







Na noite perdida de ilusões
gritos, sussurros
por detrás dos muros

Luzes brilhantes
inflamam a vida dos que amam
Correrias para todos os lados
veículos em alta velocidade
destroem o silêncio solitário... da noite

Ferozmente, enegrece o momento
enfurece os deuses
enlouquece os loucos
normal

Corpos suados... cansados... amados
se perdem na madrugada orvalhada
se unem se juntam
por acaso
por prazer
por um caso
o que fazer?

Cantorias ao amanhecer
preparam o Sol que vai nascer
calçadas vazias
O guarda noturno.
Amarra o coturno
termina seu turno
prepara a marmita... vazia
para seu sono diurno

No mesmo momento
acompanha o evento
um operário sonolento
Com sua pastinha... batida
surrada pelo tempo
em rumo ao trabalho
de bicicleta
comprada zerinho...do seu antoninho...que é seu vizinho...

E lá no mercado,o cheiro de peixe
está bem mais forte
e não há quem não se queixe
do cheiro da morte

E a Dona Maria, com a bolsa vazia
prepara seu troco, prás compras do dia
arruma as crianças
prá o estudo enfrentar
Na Luzia umas tranças
com José...ora...tem problemas, pro sapato amarrar
São pessoas humildes que vivem ai
de manhã... estudam
a tarde... trabalham
pedindo esmolas na praça da Alfândega
pedindo troquinho prá uma almôndega
às vezes conseguem...se alguém tem
voltam prá casa a tardinha
encerram seu dia
com barriga vazia

O brilho da noite chegou novamente
nos corações ardentes de amor
nas ilusões perdidas da noite
gritos, sussurros...de dor.

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