quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pactos diabólicos






  O sonho do Doutor Fausto: quem é que, pelo menos uma vez na vida, não sentiu a tentação maldita de possuir a juventude eterna, a beleza, o sucesso, mesmo à custa dum ajuste com o Demônio?

  
O pacto com o Diabo esteve muito em voga na Idade Média e o Fausto de Goethe deixou-nos dele a recordação clássica.
  Esse pacto era concebido no sentido formal ( acordo direto com o Diabo) ou no sentido lato (acordo com feiticeiros): prática da magia negra, procuras não naturais, que propiciavam não poucos abusos.
  É descrito das maneiras mais variadas.  Mas  comporta sempre:
  1 - Uma preparação (regime de iguarias interditas, vida noturna, etc): 2.  Uma invocação (ritual acompanhando o sacrifício de uma galinha negra e um bom fogo, indispensáveis); 3. Um conjunto muito complexo de fórmulas e blasfêmias; 4. A aparição do Diabo (que se deseja ardentemente não ser demasiado assustador!); 5. A assinatura de um pacto com sangue do braço esquerdo.
  O todo é tão complicado que muitas vezes foi reduzido a pactos tácitos ou equivalentes.
  A tradição reza que o signatário perde o seu duplo, quer dizer, que ao sol ele não voltava a ter sombra e que os espelhos não mais lhe refletiam a imagem.  Em compensação, o signatário alcança a riqueza, a sedução irresistível, a juventude, a invisibilidade, o poder absoluto.  Geralmente, isso não dura toda a vida, mas sim uns vinte anos, período de tempo que, aliás, o Diabo tenta abreviar.  É verdade que muitas vezes os signatários enganam-no: as lendas populares abundam desses logros, os quais nos apresentam um Diabo não muito... mau!
  Os pactos mais célebres são o de Fausto, já citado, e do prior de Ludun, Urbain Grandier, de que Biblioteca Nacional de Paris guardou o texto.  Também em Paris, na Biblioteca do Arsenal, se encontra uma bela coleção de pentalfas e de selos diabólicos.

Fonte: O Ocultismo - Julien Tondriau

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