domingo, 25 de março de 2012

Imprevisto

Brota dentro do peito algo
um algo tão profundo
que me espanta
veio assim tão forte e dominador
que meus sentimentos reforçaram-se


Sinto meus pensamentos voarem
meus sentimentos soltarem
e meu corpo flutuar


Tudo mudou
o ar está mais puro
o verde mais verde
e as flores com perfume admirável

2 comentários:

  1. O alcoolista ainda não morreu, só bebeu todas com os mortos, eguns para os conhecedores da religião afro-umbandista. Seres não mais vivos que ainda persistem em saciar seu vício através do fraco e aberto bêbado. Bêbado é uma palavra tão pejorativa, feia, negativa; alcoolista é mais chique, como beber uísque importado em vez de cachaça. Cachaça brasileira é bem baratinha, custa uns 50 centavos no copinho de vidro que parece de casa de boneca de crianças.

    Inúmeras vezes o vi ir indo embora de casa. Uma figura com passos incertos e cambaleantes, sacola com roupas a tiracolo, fugindo para lugar nenhum. Certamente rodeado de figuras sombrias o empurrando para o próximo botequim para mais uma vez beber de graça.

    Calças surradas, fundilhos caídos, camisa amarrotada, jaqueta desbotada, parecia um fantasma vivo, pronto para a morte iminente. Penso eu que o principal desafio dos viciados não é o vício, é querer se tratar. Cem por cento não o querem! Ou então o fazem para agradar a família, os filhos, o patrão. Pois, na realidade, lá dentro de si, de sua alma preferem o prazer efêmero da droga, do álcool, e do se deixar manipular pelo seu acompanhante já morto. Quando a crise chega a um extremo, colocam em risco sua vida, a vida dos outros, seu patrimônio, seu emprego, seu ganha-pão, ou senão vão preso por baderna ou violência nas ruas, então o jeito é a internação. Eis o segundo desafio. As clínicas são caras, o tempo lá é curto, alguns meses, um mês, um ano. Lá dentro tudo vai bem. De volta ao mundo real, tudo recomeça, com mais força e intensidade. Chamo isso de sobriedade para inglês ver.

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  2. Em sua descrição de seu perfil neste blog em que se intitula bruxo, deveria dizer uma envolvente alma libriana dentro de um solar escorpião que insiste em rastejar, em vez de se transformar, transcender e voar em altas altitudes como uma fênix. Não sei por que insiste em se locomover como cobra, junto ao barro. Seu signo solar está apagado e esquecido. Quando bebe sua luz se apaga.

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