sábado, 20 de abril de 2013

HPB

   
Venho de uma jornada de mais de trinta dias em um hospital psiquiátrico, para desintoxicação do alcoolismo e cocaína, porém as pessoas que conviveram comigo este tempo, só faziam era andar de lá para cada e tomar chimarrão o tempo todo, não tinha outra atividade. ou dormiam o tempo todo como meu colega de quarto, que só acordava na hora das medicações ou das refeições. Este apoio serviu para que um dia chamasse minha esposa e pedisse para me tirar daquele lugar que eu estava sufocando e louco para beber, resultado sai no dia 28 de março de 2013, e no dia 29 lá estava eu enlouquecendo novamente, me permitindo e permitindo a outras entidades que sairão comigo, o uso do álcool e a droga favorita.  Cheguei vender meu celular na primeira bucha de cocaína, na segunda tentei vender meus óculos, mas os traficantes não aceitarão, me deram a droga em troca de nada, acho que perceberão que meu estado estava totalmente alterado.  Mas voltando ao hospital é claro que tínhamos nosso tratamento que era dosado três vezes ao dia, alguns ficavam sonolentos e sem nenhum tipo de reação outros, como eu passavam o tempo todo tomando chimarrão. Um dia tomaram tanto mate que o microondas onde esquentávamos a água parou de funcionar. Outros tentavam ficar acordados,  não sei qual o motivo, tomando café com coca-cola, Diziam que era para ficar ligado, ai eu pergunto ligado no que?  Numa destas noites ouve uma agitação no quarto de um dos pacientes, fui lá para ver o que estava acontecendo, descobri que ele tinha um celular e estava tentando juntar dinheiro e entrar em contato com alguém conhecido lá fora para comprar cocaína e crack, que seria entregue por moto-boy, questionei como era possível então me disseram que era simples, como nos presídios, eles faziam cordinhas com qualquer pedaço de pano até alcançar o pátio, que na noite não era vigiado, onde deveria ser entregue a encomenda.  Não tenho dúvidas de que essas pessoas estavam ali, somente ocupando o lugar de alguém que realmente necessitava do tratamento. Não tive oportunidade nenhuma de criação de escrever algo ou ler algum livro que inclusive tinha levado, porque o tempo que passei lá dentro foi só para desintoxicar alguma coisa que havia dentro de mim.  Sou uma pessoa que gosto de criar de me movimentar e ter liberdade para isso, mas como sou cumpridor de regras aos poucos acostumei a rotina.  Depois da saída do dia 28, lá estava eu de volta no dia 04 de abril de mala e cuia para aí sim passar um curto período que me pareceu uma eternidade, com as preocupações de um tal de processo administrativo que até hoje não saiu ,para realmente fazer um tratamento decente, terapêutico e psicológico/psiquiátrico correto que é em uma dessas fazendas que fazem este tipo de trabalho, o tempo mínimo de permanência lá é de 9 meses, com acompanhamento médico e atividades diversas para minha cura interna.  Estou em busca de minha cura pessoal uma busca infinita, onde eu possa ter a confiança  das pessoas, principalmente de minha esposa que já está esgotada com tudo isso que a fiz sofrer e ainda estou fazendo, preciso sentir, que será uma coisa meio impossível que as pessoas não me olhem como se eu fosse o único doente na face dessa terra, que precisam sempre estar em alerta sobre a minha pessoa, acho que estes cuidados pertencem exclusivamente a mim e ninguém mais  Tenho opções para fazer em minha vida. Acho que estou tomando uma decisão acertada de me tratar a longo prazo.  Então eu pergunto, como fica minha esposa, desamparada a exmo jogada de lado sem ter os cuidados necessários, porque o pobre coitado tem que se tratar, tenho que pensar nisto também.  Para mim vai ser simples, porque, vou ter todo o apoio necessário e ela como fica, alguém vai vir aqui na minha casa perguntar se ela necessita de alguma coisa de uma ajuda qualquer, isto também acho um pouco abusivo, dela ter que enfrentar esta barra toda sozinha, sem meu apoio sem cobertura financeira, sem qualquer tipo de cuidado. Espero do fundo de minha alma que eu me conscientize de tudo que fiz foi fazer as outras pessoas sofrerem e agora nesse momento estou pedindo perdão um perdão que acho que não mereço, porque fui muito displicente com todas as pessoas que conviveram comigo e tiveram algum envolvimento com minha doença incurável mas porém tratável. Espero do fundo de minha alma que esta mudança aconteça e que eu me torne a pessoa adequada a esta sociedade.    

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