sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A esperteza de um coelho



Um coelho saltou da pilha de lenha em que eu estava trabalhando e saiu a correr pelo campo a fora.  Meu cão de caça lançou-se ao seu encalço.  Corria tão depressa, e estava ganhando terreno com tamanha rapidez que, de momento para outro, liquidaria o fugitivo.  O coelho, porém, ladino como poucos, recorreu e um truque tão extraordinário, que nada vi de comparável em toda a minha vida.  Deu apenas dois saltos: um para o lado, de modo que seu perseguidor, com a velocidade em que vinha, lhe passou à frente.  No segundo pulo, encarapitou-se nas costas do cão.  Agarrou-se ali de unhas e dentes, como um macaco de circo montado num garrano.  Quando passaram como um relâmpago por uma espessa moita, o coelho desapareceu num abrir e fechar de olhos.  O cão completamente tonto, e sem atinar com o que se passara, rondou ainda por ali  minutos, voltando depois para o meu lado com o rabo entre as pernas, e muito encabulado.


Fonte:  Revista Seleções do Reader´s Digest ( 1944 )

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