Um coelho saltou da pilha de lenha em que eu estava trabalhando e saiu a correr pelo campo a fora. Meu cão de caça lançou-se ao seu encalço. Corria tão depressa, e estava ganhando terreno com tamanha rapidez que, de momento para outro, liquidaria o fugitivo. O coelho, porém, ladino como poucos, recorreu e um truque tão extraordinário, que nada vi de comparável em toda a minha vida. Deu apenas dois saltos: um para o lado, de modo que seu perseguidor, com a velocidade em que vinha, lhe passou à frente. No segundo pulo, encarapitou-se nas costas do cão. Agarrou-se ali de unhas e dentes, como um macaco de circo montado num garrano. Quando passaram como um relâmpago por uma espessa moita, o coelho desapareceu num abrir e fechar de olhos. O cão completamente tonto, e sem atinar com o que se passara, rondou ainda por ali minutos, voltando depois para o meu lado com o rabo entre as pernas, e muito encabulado.
Fonte: Revista Seleções do Reader´s Digest ( 1944 )
Fonte: Revista Seleções do Reader´s Digest ( 1944 )
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